Brasil precisa atentar para aumento da velocidade de acesso, adverte SAE

27-04-2010 16:12
Danilo Fariello - Valor Econômico
 
Mesmo que o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) atinja seu objetivo de massificar o acesso à internet em poucos anos, o Brasil ainda estará aquém dos padrões de competitividade internacional por deficiência de conexão, na avaliação da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE). Para Luiz Alfredo Salomão, secretário-executivo da SAE, é preciso colocar em debate também o aumento da velocidade do acesso, porque os projetos em discussão em diversos países visam atingir velocidade de 100 megabits por segundo (Mbps), enquanto o Brasil fala em 1 Mbps. "O que discutimos como meta hoje, o Japão tinha em 1996", comenta.

Para ele, o governo deveria definir agora parâmetros para aumentar a capacidade das redes futuramente. "Depois de conectadas, as pessoas e as empresas vão precisar de velocidade." Atualmente, algumas operadoras já enfrentam dificuldades para manter um elevado número de acessos simultâneos nas redes existentes. Segundo Salomão, para crescer em competitividade sob o ritmo internacional, o Brasil deverá ter, no mínimo, uma rede com velocidade de 100 Mbps daqui a dez anos. Os projetos de banda larga anunciados recentemente por países como Japão, Estados Unidos, Suécia, Reino Unido, Itália e Austrália vão nesse rumo, comenta o secretário-executivo.

Salomão propõe o fortalecimento da indústria nacional para tornar viável o aumento futuro da capacidade da rede. Para ele, deveria ser criado no Nordeste um polo de empresas eletroeletrônicas voltado especificamente para componentes e outros equipamentos capazes de servir à demanda pela banda larga. "O Plano Nacional de Banda Larga justifica essa política industrial."

A localização do polo no Nordeste é justificada, segundo Salomão, pela indústria de base já existente na região - como no Recife (PE) e em Ilhéus (BA) -, pela presença de estaleiros e portos, que facilitam o comércio exterior, e pela indústria química, como a instalada em Camaçari (BA). "É uma proposta para recuperar a indústria eletroeletrônica nacional", diz.

Para Salomão, o número dois da SAE, essa política industrial deveria ter metas de expansão não apenas para componentes eletrônicos, mas para o desenvolvimento de software nacional. Isso poderia constar de uma eventual revisão da Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP). "O crescimento do acesso e da velocidade demandará também mais software."
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