Companhias brasileiras ampliam presença na web, revela pesquisa

05-05-2009 15:22

Cenário: Levantamento do CGI.br mostra que 53% das corporações têm site na internet 

No mesmo mês em que o domínio ".br" completa 20 anos, com mais de 1,6 milhão de registros na internet, uma pesquisa do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) mostra que as companhias nacionais têm colaborado muito para o crescimento do número de websites no país.

O levantamento, realizado entre outubro e novembro do ano passado, mostra que já chega a 53% a parcela de companhias que possuem sites. Dentre as empresas consideradas grandes, essa porcentagem sobe para 88%, ficando em 76% nas de médio porte. O resultado representa um crescimento de 7 pontos percentuais frente ao observado em 2007, quando 46% das empresas brasileiras tinham um site.

A utilização da internet como ferramenta de marketing e de prospecção de novos clientes também mostrou avanço dentre as companhias "on-line". Do grupo que tem site na rede mundial, subiu de 48% para 52% a parcela das que exibem seus catálogos de produtos e preços ao consumidor.

No entanto, as empresas brasileiras ainda não investem muito para criar negócios via web que exijam tecnologias mais complexas. Uma amostra disso, revelada pela pesquisa, é que apenas 13% das companhias que possuem site oferecem instrumentos para a compra de produtos pela internet. Por despreparo ou falta de recursos , diz Augusto Cesar Gadelha Vieira, coordenador do CGI.br e secretário de Política de Informática do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), esta situação mostra que as empresas ainda utilizam pouco a rede para realizar negócios efetivamente.

A avaliação é reforçada quando se analisa a parcela das empresas que utilizam provedores de alva velocidade (acima de 2 megabits por segundo ou Mbps) para download, essenciais para a disponibilidade dos recursos de e-commerce, por exemplo. Apesar de ter subido de 4% para 10%, o percentual ainda está muito abaixo da parcela das companhias que utilizam banda de velocidade média (de 256/300 Kilots por segundo até 2 Mpbs), que passaram de 44% em 2007 para 60% em 2008.

Gadelha lembra que o baixo acesso à banda larga é um limitador para as empresas expandirem seus negócios via internet. "A velocidade que as empresas mais utilizam ainda é baixa (para o comércio on-line). A banda larga tem que se estruturar melhor no Brasil e, quando ela baratear, esta situação vai mudar", diz o secretário.

Mesmo com limitações tecnológicas, a esmagadora maioria das companhias brasileiras hoje têm computadores e utilizam a internet. Das empresas consultadas, 94% utilizam computadores - parcela que se manteve estável nos últimos dois anos -, 97% possuem acesso à internet e 83% utilizam rede local com fio. Apenas 26%, porém, trabalham com sistema operacional de código aberto. "Já há um crescimento das redes com e sem fio dentre as companhias, mas a proporção das que têm sistemas abertos, como o Linux, ficou estável entre 2007 e 2008", analisa Alexandre Barbosa, gerente do Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic.br).

A pesquisa intitulada TIC empresas (Tecnologia da Informação e da Comunicação no Brasil) foi realizada com 3,5 mil empresas, com dez funcionários ou mais, de sete setores diferentes.

Vanessa Dezem - Valor Econômico

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