O caminho que leva ao sucesso

16-06-2009 13:41

Encontrar a fórmula mágica do sucesso é uma meta que foge de nosso alcance há muito tempo. Reportagens recentes do "New York Times", porém, oferecem ideias sobre as melhores maneiras de ascender na hierarquia corporativa, fazer sua carreira avançar ou simplesmente ficar rico.
Elevar seu quociente de inteligência é um bom começo. "O QI alto guarda relação com o sucesso maior", escreveu Nicholas D. Kristof no "Times". E hoje não se considera mais que o QI seja determinado pela genética. Estudos indicam que QIs de crianças carentes subiram até 18 pontos percentuais quando elas receberam educação de qualidade.
Um especialista recomenda a educação intensiva na primeira infância, graças a sua capacidade comprovada de elevar o QI e promover bons resultados no longo prazo, escreveu Kristof. Embora poucos discordariam dos méritos de se elevar os QIs de crianças, O investidor Warren Buffett aconselha aqueles que possuem QI naturalmente alto a parar de se congratular por isso. "Se você tem QI de 150, venda 30 pontos para outra pessoa. Você precisa ser inteligente, mas não um gênio", disse ele a acionistas.
Buffett acha que o sistema financeiro se tornou dependente demais dos modelos computadorizados complexos criados por alguns magos de Wall Street. Qual é fórmula de sucesso defendida por Buffett? Conserve as coisas em nível simples e siga seus instintos. "Se você precisar de um computador ou uma calculadora para fazer o cálculo, não compre o produto", disse o investidor.
A chamada função executiva também influi sobre o sucesso: quão bem as pessoas resistem a distrações, fazem bom uso do tempo e se adaptam às exigências. Como relatou Benedict Carey no "Times", alguns cientistas cognitivos pensam que a função executiva pode ser um indicativo mais certeiro de realizações futuras que um QI alto.
Essa habilidade de focar sua atenção, somada a uma propensão pelo trabalho árduo, pode até superar um ingrediente mais volátil e elogiado: o talento. Como escreveu David Brooks no "Times", citando pesquisas recentes, "as pessoas que apresentam os desempenhos mais altos passam mais horas (muito mais horas) praticando seu ofício".
Brooks acrescentou: "O que Mozart possuía, pensamos hoje, foi a mesma coisa que Tiger Woods teve: a capacidade de concentrar-se por longos períodos de tempo e um pai determinado a aprimorar as habilidades dele".
A sorte também pode exercer um papel. O economista Robert H. Franks escreveu no "Times" que "pessoas nascidas com genes bons e criadas em famílias que nutriram seu potencial não podem reivindicar muito crédito moral por seu talento. Tiveram sorte, simplesmente".
De maneira semelhante, Malcolm Gladwell, em seu livro "Outliers" (pessoas que se destacam, em tradução livre), argumenta que as pessoas muito bem-sucedidas frequentemente se beneficiam de fatores sociais e genéticos que se entrecruzam para moldar uma cultura da realização.
Bill Gates, por exemplo, "teve a sorte de estudar numa ótima escola que tinha computador na aurora da revolução da informação. Pessoas excepcionalmente bem-sucedidas não são pioneiras isoladas que criaram seu próprio sucesso", escreveu Brooks. Ou, nas palavras de Gladwell, "as grandes pessoas não são tão grandes assim".

Publicado na Folha de S. Paulo - The New York Times

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