Pesquisa da Universidade de Melbourne diz que acesso à rede mundial aumenta produtividade

22-06-2009 17:14

Uma pesquisa realizada no final de 2008 pelo Instituto Qualibest revelou que 87% dos trabalhadores brasileiros usam a internet no trabalho para fins pessoais. Segundo o estudo, a maioria dos funcionários acessa email e sites de instituições bancárias, não prejudiciais ao rendimento do trabalho. Aqui reside uma polêmica antiga: afinal, o acesso à rede mundial de computadores compromete a produtividade? Mais: como controlar o tipo de conteúdo que o funcionário acessa através das redes das empresas?

Para colocar ainda mais lenha na fogueira, a universidade de Melbourne, na Austrália, divulgou os resultados de um novo estudo sobre o assunto. O autor da pesquisa, Brent Coker, do departamento de administração e marketing daquela universidade, afirmou que "navegar na internet por lazer no trabalho ajuda a aprimorar a concentração dos empregados".

O estudo de Coker aponta que as pessoas que navegam dentro de um limite de menos de 20% do tempo de trabalho são mais produtivas, rendendo cerca de 10% a $em comparação com aquelas que não têm contato algum com a internet durante o expediente. O levantamento surge num período em que grandes empresas fazem altos investimentos em Tecnologia da Informação (TI) a fim de impedir o acesso de colaboradores a emails pessoais, blogs, páginas de relacionamento e sites de entretenimento como o YouTube, assim como a programas de mensagens instantâneas como o MSN e redes sociais como Twitter, Orkut, MySpace e Facebook.

De acordo com Luiz Alberto Ferla, presidente das Talk Interactive, especializada em comunicação digital, e Knowtec, especializada em inteligência competitiva, proibir o acesso à internet pelos funcionários é a pior atitude possível. Diz ele que o segredo está no gerenciamento inteligente.

- Não adianta proibir e nem vetar o acesso a alguns tipos de serviços, porque as pessoas sabem descobrir outros caminhos para usá-los. O ideal é dar liberdade e cobrar responsabilidade. Mudam as ferramentas, mas as diretrizes são as mesmas de sempre. Não se pode tirar dos funcionários uma ferramenta tão eficaz como a internet - diz Ferla.

Para os funcionários, cabe a tarefa de usar o bom senso. Só porque a internet é liberada no trabalho não significa que qualquer coisa pode ser usada, a qualquer momento. Sites de vídeo como o YouTube, assim como redes sociais como o Twitter, podem e devem ser usados com parcimônia, e desde que os resultados do trabalho não sejam prejudicados.

- As empresas também não podem punir os que se comportam bem por causa dos que abusam, que são minoria. A internet auxilia a produtividade, mas as empresas trabalham com contratos nos quais estão expressas as responsabilidades de cada um. Como tudo na vida, o uso da internet no trabalho também tem limites - diz Ferla.

O Globo online - Tecnologia

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