Três tipos de busca

21-07-2010 10:17
Luli Radfahrer - Folha de S. Paulo
 
O TWITTER TORNOU-SE a segunda fonte de informação da internet. Com 24 bilhões de buscas mensais, ele é maior do que o pioneiro Yahoo! (9,4 bilhões) e do que aquela iniciativa da Microsoft que nunca pegou, o Bing (4,1 bilhões) -somados. O líder continua a ser o Google, com mais de três vezes esse volume, levando em conta subsidiários como o YouTube.

O crescimento do Twitter mostra uma característica interessante da dinâmica de redes: a distribuição de seus competidores em uma lei de potência, em que o primeiro lugar é bem maior do que o segundo e este do terceiro, uma curva descendente que adoram chamar de "cauda longa".

Nessa distribuição, enquanto muitos se contentam com as migalhas de minimercados especializados, alguns intrépidos olham para o lado contrário, sobem a rampa e destronam quem parecia intocável. Foi o que fizeram o Google, o iPhone, a Amazon... Os exemplos são tantos que não surpreendem mais.

Mas o mais importante da popularidade do Twitter é a especialização da busca. "Google" pode ter se tornado um verbo, mas, à medida em que os usuários se especializam, a procura na rede se torna mais refinada.

Hoje se pode dizer que existem três tipos de perguntas feitas para o oráculo digital.

Aquelas cuja resposta envolva uma experiência passiva ou ativa por imitação, como assistir a uma palestra ou a um programa que ensine a cozinhar ou costurar, mostre cenas hilárias ou cenas incríveis. O formato ideal para isso é foto ou vídeo, e seus repositórios, o Flickr e o YouTube.

Se a procura exige mais esforço intelectual, pesquisa ou aprendizado, fóruns, blogs e a Wikipédia têm se tornado os filtros de conteúdo que a rede nunca teve. Muitos já perceberam que é melhor ficar com dez respostas medianas do que perder um tempão em busca do texto perfeito.

Enquanto isso o Twitter, com seu formato sintético e pergunta precisa, ajuda a descobrir a notícia instantânea, o que está acontecendo em volta do indivíduo, o que interessa aos seus amigos e àqueles que ele definiu como formadores de opinião.

Antes da internet, essas procuras por informação eram divididas entre TV, livros e amigos. Hoje não é tão diferente. Se o Google não descobrir isso rápido, pode rapidamente se tornar a mídia de massa genérica que tanto combateu.

    

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